segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A Confraria San Sebastian

São Sebastião é o padroeiro do Barro Preto. Foi soldado romano e foi martirizado pela sua inabalável fé e por não ter renegado o nome de Jesus. Sua igreja impera altaneira na avenida Augusto de Lima e está sempre de portas abertas para os devotos que a procuram atrás de momentos de reflexão e oração. Eu mesmo, quando trabalhava na agência Barro Preto da Caixa, sempre aproveitava alguns minutos do horário de almoço e ia para lá para meditar, rezar e pensar um pouco nas coisas do dia a dia.
Quando o Palestra foi fundado, houve a necessidade de se escolher um padroeiro para o Clube e vários foram cogitados. Porém o bom senso prevaleceu e o padroeiro do bairro virou também o padroeiro do Clube. São Sebastião é o padroeiro do Cruzeiro Esporte Clube.
Há pouco mais de dez anos um Conselheiro, muito atuante na vida do Clube, propôs a um grupo de amigos a fundação de uma confraria que reunisse os mais chegados em noites gastronômicas. Esse Conselheiro chama-se Hermínio Francisco Lemos e recentemente entregou o cargo de Presidente do Conselho Deliberativo a outro confrade.
O Parque Esportivo do Barro Preto está construído onde um dia foi o Estádio Presidente Juscelino Kubitschek, palco de memoráveis páginas heroicas e imortais. Após ser desativado, foi transformado em parque esportivo com piscinas, quadras e outros atrativos para os sócios. Porém, alguns lugares ficaram meio que escondidos devido a adaptações. Foi o caso do antigo bar do Buru, que atendia os torcedores e ficava abaixo das arquibancadas. Depois de desativado, virou um cantinho. E foi naquele cantinho que fundamos a Confraria San Sebastian. Algumas pessoas podem achar que o nome do santo está grafado em espanhol ou francês, mas não: é italiano legítimo. Ou melhor: é dialeto Friulano legítimo. No norte da Italia os dialetos têm como costume engolir as letras do final das palavras.
Os fundadores eram todos conselheiros natos e muito envolvidos nas lutas políticas do Clube. Dos que me lembro: Hermínio Lemos, Francisco Lemos, Gilvan de Pinho, Alvimar Perrella, Dr. Cesário, Délcio, Jairo Alves, Marcos de Brito, Ayres (esses três últimos já falecidos), Aristóteles, Wagner, Galvão, Moacyr, Getúlio e seu irmão João Carlos e vários outros amigos influentes na política Cruzeirense. 
A Confraria arrecadou um valor inicial com cada sócio e adquiriu equipamentos de cozinha industrial que foram colocados no antigo bar do Buru. A idéia era que a cada semana, sempre às terças-feiras, um dos confrades botasse o avental e preparasse o jantar. Assim começou, em um canto em desuso, a Confraria San Sebastian.
Eu não fui um dos fundadores mas comecei bem cedo. Acho que na segunda ou terceira reunião compareci, levado pelo querido Jairo Alves (que Deus o tenha em um céu bem azul), e nunca mais deixei de frequentar. A terça-feira é sagrada para mim e mais vinte e nove confrades.
Durante todos esses anos muitos novos confrades entraram e muitos saíram também. A maioria que saiu foi por discordâncias políticas e a que chegou foi por ver nas reuniões um ambiente sadio e influente nas decisões do Clube. Já barramos e incentivamos contratações de jogadores ou técnicos e também já animamos e desanimamos projetos. Tudo sempre bem discutido e havendo sempre o direito de discordar respeitado. E principalmente sabendo que o direito e dever de bem contratar sempre coube ao Presidente do Clube.Se o Cruzeiro fosse grego e não italiano, diria que a Confraria é a Ágora Cruzeirense.
A Confraria já forneceu elementos ilustres à direção do Cruzeiro. Dois presidentes do Clube já saíram de lá: Alvimar e Gilvan. Vice-Presidentes do Clube foram inúmeros, como Francisco Lemos, José Ramos, Biaggio Peluso, Marcinho Và Benne, que eu me lembre. Presidentes do Conselho Deliberativo tivemos Gilvan, Hermínio, Cesário e agora o Wilmer. No Conselho Fiscal também tivemos e temos membros da confraria, assim como na mesa diretora do Conselho Deliberativo.
A Confraria não nasceu com o propósito de ser um celeiro de bons nomes para a direção do Clube, mas com o tempo se tornou. É impressionante ver como suas reuniões, principalmente em época de campanhas eleitorais, ficam cheias de Cruzeirenses que lá acorrem atrás de boas discussões. A Confraria é uma caixa que repercute as tendências da política cruzeirense. Estando lá sabe-se como andam as coisas no Clube.
São Sebastião morreu por não querer recusar a sua fé. É um exemplo a ser seguido por todos os que batalham por suas ideias.
Parodiando a Rádio Itatiaia: Sebastião, soldado, mártir e Santo padroeiro da Confraria, velai por nós!

4 comentários:

  1. Prezado Dr. Anísio,
    Sempre que estou em Belo Horizonte às terças-feiras costumo ir à Confraria.
    São cruzeirenses de primeira linha.
    E eu me orgulho de poder conversar com todos vocês desde sempre.
    O Cruzeiro sempre teve grandes nomes e a tendência é que a confraria seja o celeiro dos presidentes e ocupantes dos cargos de maior relevância do clube.
    Um diria gostaria de poder fazer parte, mas, morando em Vitória fica difícil. Quem sabe após a minha aposentadoria, não volto para BH ?
    Um saudoso abraço - João Chiabi Duarte

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  2. Assim como outras representações (Cardeais Celestes) a Confraria é representação e espaço, mais do que legítimo, de cruzeirenses que são Cruzeiro, SEMPRE.

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    1. O mais importante na Confraria San Sebastian é ser a ágora Cruzeirense. Ali se discutem os mais importantes e fortuitos assuntos sobre o Clube, assim como serve de termômetro para os movimentos políticos.

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  3. sao sebastiao rogai por todos nos cruzeirenses

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