quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Proforte fracassa. Vem aí nova proposta!



Tenho transformado este meu blog em uma trincheira contra as tentativas de tornarem oficiais os calotes através da máscara de renegociação de dívidas de clubes de futebol.

Os que me acompanham sabem que tal ProForte, na minha opinião, não resolverá o problema das dívidas dos clubes, apenas passará para os próximos presidentes as contas que os atuais não quiseram pagar. O grande problema é exatamente este: não há vontade de pagar, mas de empurrar o problema para o futuro. A solução? Fair-Play financeiro!
Reproduzo abaixo o texto do Blog do José Cruz que repercute a palestra de Amir Somoggi em audiência sobre o assunto na Câmara dos Deputados em Brasília.
o link é: http://josecruz.blogosfera.uol.com.br/2014/02/proforte-fracassa-vem-ai-nova-proposta/

Proforte fracassa. Vem aí nova proposta

José Cruz

De todos os jogos realizados no Brasil em 2013, em competições internacionais, nacionais, regionais, e estaduais, a média de público foi de 4.771 torcedores, apenas 26% de ocupação da capacidade dos estádios. A última vez que o Campeonato Inglês teve média de público como essa no Brasil foi em 1904!
Depois da exposição de dois consultores em administração e marketing do futebol a Comissão Especial da Câmara dos Deputados que debate sobre a dívida fiscal de R$ 4 bilhões dos clubes mudou de rumo e deverá apresentar nova proposta ao Projeto de Lei 6753/13.
Com base em números oficiais dos balanços financeiros dos clubes o paulista Amir Somoggi disse que o maior endividamento é de empréstimos bancários. Em 2013, os 20 principais clubes do Brasil pagaram R$ 300 milhões de juros, além de compromissos com a Justiça do Trabalho. Os empréstimos servem para contratar jogadores, mas comprometem a capacidade de pagamento dos clubes.
“O proforte resolverá estes problemas”? –  indagou Amir. “O mercado do futebol deve se preparar para andar com as próprias pernas e para isso é preciso um modelo de gestão profissional. Caso contrário, daqui a dez anos estaremos novamente debatendo como o governo poderá ajudar o futebol”, defendeu.
Segundo Amir, a gestão melhorou nos últimos anos, mas ainda estamos ruim, com conceitos errados de gestão, clubes maus-pagadores que passam a imagem de que o futebol não é um ambiente sério e isso afasta os investidores. “Precisamos mudar esta imagem”, defendeu.
Estarrecedor
Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, também apresentou alguns motivos que mostram o fracasso na atual gestão dos clubes: calendário ruim, baixa qualidade dos jogos, queda na formação de talentos, violência e insegurança nos estádios, clubes insolventes e estádios vazios. Essa realidade desmotiva o torcedor.
Em 2013, de todos os jogos realizados no Brasil em competições internacionais, regionais, nacionais e estaduais a média de público foi de 4.771 torcedores, isto é, apenas 26% de ocupação da capacidade dos estádios.
“A última vez que o Campeonato Inglês teve média de público como esse no Brasil foi em 1904!” – disse Fernando Ferreira. O relatório da Pluri Consultoria está aqui
Os números apresentados por Amir e Fernando já tinham sido divulgados no final do ano passado, mas surpreenderam os parlamentares, que  aplaudiram a apresentação dos dois consultores, fato inédito na Comissão Especial do Proforte. Os deputados também solicitaram o apoio dos especialistas para a redação do novo texto do projeto de lei.
Para o deputado Romário, que convidou Amir e Fernando para a exposição, “é preciso uma revisão geral no texto do projeto de lei do Proforte. Só continuaria o nome, pois o que temos hoje não serve para nada”, afirmou.
O relator do Proforte, deputado Otávio Leite (PSDB/RJ) reconheceu a gravidade da financeira dos clubes. Responsável pela redação do novo texto do projeto, ele admitiu transformar o Proforte numa “lei de responsabilidade fiscal do futebol, com contrapartidas claras para os clubes beneficiados”.

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