quinta-feira, 30 de abril de 2015

Balanços 2014 - Comparativo Cruzeiro X Atlético

Reproduzo a reportagem do jornal O Tempo que traz uma análise comparativa dos balanços do exercício de 2014 de Cruzeiro e Atlético Mineiro.
O consultor que analisou e comparou os balanços é o competente amigo Amir Somoggi.
A reportagem do jornal O Tempo está no link abaixo:

http://www.otempo.com.br/superfc/futebol/consultor-detalha-balan%C3%A7os-financeiros-de-atl%C3%A9tico-e-cruzeiro-1.1031814

RECEITAS E GASTOS

Consultor detalha balanços financeiros de Atlético e Cruzeiro

Os dois clubes juntos terminaram 2014 com um déficit de R$ 87,4 milhões, mesmo faturando dois títulos cada um

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Gilvan de Pinho Tavares e Daniel Nepomuceno
Cruzeiro e Atlético divulgaram no mês de abril seus balanços financeiros de 2014
PUBLICADO EM 30/04/15 - 14h50
Que Cruzeiro e Atlético fecharam o ano de 2014 no vermelho, isso não é novidade. O que pode preocupar os torcedores são os gastos e os investimentos que geraram déficit na hora de fazer as contas da temporada que acabou. Os dois clubes juntos terminaram 2014 com um déficit de R$ 87,4 milhões, mesmo faturando dois títulos cada um.
O consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi analisou e detalhou os balanços financeiros dos dois maiores clubes de Minas Gerais e elucidou algumas questões importantes.
Déficit. O Cruzeiro aumentou sua conta negativa em 2014. O time celeste chegou a R$ 38,7 milhões de prejuízos. O Atlético teve desempenho pior nesse quesito e teve seu déficit total em R$ 48,4 milhões. No total, entre 2011 e 2014, a dupla mineira acumulou perdas de R$ 245,9 milhões.
Dívidas. As dívidas fiscais dos clubes mineiros também cresceram na última temporada. O Cruzeiro, que devia R$ 50,4 milhões em 2013, passou a marca de R$ 63,8 milhões, um crescimento de 27%. O Atlético retrocedeu e caiu dos R$ 258,8 milhões de 2013 para R$ 234,5 milhões no ano passado, uma queda de 9%.
No total, o Cruzeiro deve R$ 252,9 milhões de reais, um crescimento de 27% se comparados aos R$ 199,9 milhões de 2013. O Atlético também não fica atrás em relação ao aumento dessa dor de cabeça. O Galo chegou a R$ 486,6 milhões, 11% maior do que os R$ 438,4 milhões de 2013.
"O que mais me impressiona é que Cruzeiro e Atlético tiveram juntos um prejuízo de R$ 87 milhões (em 2014), sendo que o São Paulo, sozinho, teve R$ 100 milhões. Ou seja, é necessário ter uma mudança de postura no futebol", ressalta Somoggi.
Gastos. Em relação aos gastos com o futebol, os dois grandes de Minas colocaram a mão no bolso e, em 2014, desembolsaram mais do que em 2013. O Cruzeiro aumentou seus investimentos no futebol em 23%, enquanto o Atlético foi mais longe: 30%.
O clube celeste, que ao todo investiu R$ 157,5 milhões, bem menos que muitas equipes do futebol brasileiro e foi campeão nacional. Para tentar manter o elenco e a qualidade técnica, o Cruzeiro aumentou seus gastos para R$ 193,5 milhões. O Alvinegro seguiu o mesmo caminho. Gastou R$ 146,4 milhões, terminando 2014 com os vencimentos em R$189,6 milhões. Com os custos do futebol sobre a receita, o Cruzeiro cresceu em 87% e o Atlético em 106%, efeito do crescimento do valor para se fazer futebol.
"O Cruzeiro montou o time campeão brasileiro de 2013 com menos do que investiu no ano seguinte. Para manter o elenco e aumentar a qualidade, o time celeste investiu mais, porque isso teve um déficit maior e o Atlético teve um custo maior, e ainda exigiu mais das cotas de TV, coisas que todos os clubes fazem para bancar o futebol e as dívidas", explicou Somoggi.
Receitas.  O consultor verificou que o Cruzeiro teve evolução em relação as suas receitas de 2013. Em contrapartida, o Atlético, mesmo com um ano vitorioso, teve uma queda acentuada em suas receitas.
O Cruzeiro terminou 2014 com R$ 223,2 milhões e apresentou um crescimento de 19% se comparado a 2013, quando terminou a temporada com a marca de R$ 187,9 milhões. O fator preponderante para este crescimento foram as bilheterias, que renderam ao clube celeste R$ 85,8 milhões aos cofres azuis, 38% da receita cruzeirense. Em segundo lugar, as cotas de TV, que renderam R$ 66,3 milhões, 30% da composição financeira do clube.
O Atlético encerrou a temporada 2014 com R$ 178,9 milhões, tendo uma queda 21% em comparação a 2013, onde o clube teve R$ 227,9 milhões de receita total. As cotas de televisão deram ao Alvinegro R$ 80,4 milhões, 45% da receita. Em seguida, vem a bilheteria, que rendeu R$ 29,6 milhões, apenas 17%. As negociações de jogadores renderam R$ 1,6 milhão, 1% do lucro do clube.

* Supervisão Cândido Henrique Silva

3 comentários:

  1. Anísio, pq as Frangas possuem cotas de TV maiores que o Cruzeiro!? Já é terceiro ano que isso acontece, ou seja, antecipação de cota não explica tal fenômeno.

    Em 2014 participamos exatamente das mesmas competições e fomos até mais longe na LAmérica.

    Acho que o Kalil deu o "tomé" e assinou melhor com a Globo. Será que nossa diretoria tomaria uma "barrigada" dessas?!

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  2. Ricardo, se o Atlético não adiantou nenhuma receita de TV, então a diferença deve ser no tratamento contábil. O Cruzeiro contabiliza de um jeito, o Atlético de outro. Porque os contratos devem ser praticamente os mesmos, até porque estão no mesmo grupo das cotas.
    Tem uma parte variável, que é do Pay-per-View, elas tinham mais assinantes que a gente, mas passamos ano passado. Ainda assim a diferença não é tão grande, ou seja, deve ser a diferença na contabilização mesmo.

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    1. Essa era a explicação para o ano de renovação, pois o CAM estava contabilizando no recebimento e o Cruzeiro contabilizava rateando o valor das luvas para cada ano. Mas se fosse só isso, o Cruzeiro deveria registrar um valor mais alto nos anos seguintes. O que temos visto é o CAM sempre com valores superiores. Acho que o CAM conseguiu algo diferente da gente.

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