sexta-feira, 25 de abril de 2014

Balanço Patrimonial e Demonstrações de Resultado 2013.

Aos leitores de meu blog disponibilizo as Demonstrações Financeiras do Cruzeiro Esporte Clube referentes ao exercício de 2013.

O que temos de mais importante a relatar a respeito das contas co Cruzeiro é o aumento significativo das receitas que chegaram ao valor de quase 190 milhões de reais, contra 120 milhões no ano passado, com um aumento em torno de 60%. Tal aumento se deve principalmente ao retorno do Cruzeiro ao Mineirão, com a arrecadação de bilheteria considerável, assim como o sucesso do programa Sócio Torcedor.
Também a premiação pela conquista do Campeonato Brasileiro aumentou as receitas.
No item receitas de TV houve um ótimo aumento do valor devido, principalmente, à boa campanha do time, o que ensejou um incremento nas vendas de pay-per-view.
Merece também atenção o aumento de nosso ativo, com a qualidade das aquisições de jogadores, valor lançado na conta "Intangível" do Ativo Não Circulante, com o aumento de quase 80%. Hoje o Cruzeiro é o time mais valioso do Brasil.
É significativo também o aumento do valor investido na formação de atletas no Centro de Treinamento Presidente Felício Brandi (Toca da Raposa I).
Houve também diminuição dos valores pertinentes ao endividamento bancário.
As contas foram aprovadas, sem ressalvas, pelo Conselho fiscal em reunião ocorrida no último dia 14/04/2014.
O Clube se encontra em condições financeiras muito boas e excelentes condições econômicas.
A expectativa é que, continuando no ritmo em que caminham as finanças do Cruzeiro, no próximo ano o balanço já apresentará lucro.












sexta-feira, 18 de abril de 2014

Proforte: infelizmente parece que agora vai...

Notícias do Proforte:
Pelo texto abaixo, tudo indica que na semana que vem teremos a aprovação do Projeto que cria o Proforte. Não será como originalmente proposto, mas ainda é um belíssimo exemplo (mau exemplo por sinal!) de como ser devedor no Brasil é um bom negócio.
O texto foi extraído do blog Olhar Crônico Esportivo e pode ser acessado no link:
http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/olhar-cronico-esportivo/post/proforte-na-reta-final-e-ainda-sujeito-mudancas.html

Boa leitura!



OLHAR CRÔNICO ESPORTIVO

 VEJA TODOS OS POSTS
por Emerson Gonçalves


É provável, segundo o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), presidente da comissão que especial que analisa o Proforte, que ele seja votado no próximo dia 22, imediatamente após os feriados da Páscoa e Tiradentes. Pelo cronograma anterior a votação deveria ter sido realizada nessa última quarta-feira, mas pedidos de vista ao projeto que foram feitos por alguns deputados forçaram o adiamento.

Nessa reta final, o relator, deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), introduziu mudanças sensíveis no texto original do Programa de Fortalecimento dos Esportes Olímpicos – Proforte – PLs 5201/13 e 6753/13.
A mais importante delas transforma o que era um programa basicamente de perdão de dívidas (sim, esse termo perdão é sempre contestado com veemência por deputados e dirigentes de clubes, mas na prática era isso mesmo que significava, pelo menos para quem vive na vida real) num programa de recuperação financeira.

Basicamente, as dívidas consolidadas junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Imposto de Renda, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Timemania, Banco Central, etc, terão 300 meses – 25 anos – de prazo para serem quitadas, com um escalonamento inicial que permita aos clubes sobreviverem (é, parece brincadeira, mas é verdade: se todos tiverem que pagar, de fato, como deve, tudo que devem, muitos, simplesmente, fecharão as portas). Os valores serão corrigidos pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), naturalmente, e é ponto pacífico que os tributos correntes precisarão ser pagos em dia, juntamente com os atrasados.

Entre outras medidas, o projeto torna a Timemania mais atraente para o apostador (pareceu-me que não muito, mas vamos aguardar a redação final), uma nova loteria será criada, na modalidade “instantânea”, com motivação ligada ao esporte, bem como será definida e autorizada a aposta on line

Essas duas novas modalidades de loteria e apostas financiarão um fundo, cujos recursos serão utilizados para projetos de iniciação esportiva. Pelo relator, somente as escolas públicas poderão receber esses recursos, mas outros deputados entendem que também escolas particulares possam ser incluídas.
Deputados, como Vicente Candido (PT-SP), querem que os clubes sejam incluídos nessa lista, proposta que o deputado Romário está rechaçando. Ao justificar essa posição ele foi direto: “Sei, de experiência própria, que se esse dinheiro chegar aos clubes, dificilmente será repassado um real para alguma escola.”
Eu mesmo não iria tão longe, mas, seguramente, boa parte dos recursos “perder-se-ia” antes de chegar a alguma escola.
Pelo texto do deputado Otávio Leite, a CBF deverá contribuir com esse fundo, através da destinação de 10% de seus ganhos com patrocínios. A justificativa do deputado é que a entidade explora um símbolo do país, “utilizando-se da imagem do País e obtendo lucro com essa função pública” e é justo que contribua de volta com alguma coisa, nesse caso ajudando a formação de atletas.

Mesmo sem as benesses do texto inicial, o Proforte continua sendo um excelente negócio para quem deve, especialmente dívidas mais recentes. Afinal, dinheiro que seria pago à União foi usado para o caixa dos clubes, para necessidades ou desejos imediatos.
Esses valores que não foram pagos, serão agora divididos em 300 parcelas, com uma correção que, se não é camarada, tampouco é mortífera. É o que se pode chamar de um grande e esperto negócio.

Responsabilidade fiscal

O texto de Otávio Leite vai além e propõe que os dirigentes sejam proibidos de contrair dívidas que ultrapassem seus mandatos. Sua intenção, de acordo com suas palavras, “mais que criar um programa de auxílio, é instituir a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte.”

Ótima intenção, sem dúvida, mas que pode mais complicar do que ajudar os clubes. É certo que a medida é até necessária, pois sabemos que o presidente de hoje gasta o que não tem e deixa o pepino para os sucessores, por outro lado, dada a situação dos clubes, muitas vezes há necessidade de uma negociação de prazo mais longo, o que a lei, se aprovada sem mudanças, vetaria. Parece-me que o correto, nesse caso, é determinar que comprometimentos desse tipo sejam levados para discussão e aprovação nos conselhos deliberativos dos clubes (medida que já é adotada por alguns).
Essa semana será muito curta. Na prática, terá apenas três dias úteis de fato, o que talvez acarrete novo adiamento da votação. Não ficarei surpreso com isso, como não me surpreende um eventual esforço final dos clubes tentando mudar alguns pontos doprojeto.

domingo, 6 de abril de 2014

No meu tempo era assim...

         

        No meu tempo era assim: muitos campinhos de futebol espalhados pelos bairros de Belo Horizonte e uma profusão de times de bairro que reuniam os garotos da região. Havia um campeonato  disputado no antigo campo do América Mineiro, na Alameda, que se chamava "Dente de Leite" e reunia os times de bairro com os garotos de tenra idade. Havia até transmissão de televisão de alguns jogos e ficávamos loucos com a oportunidade de jogarmos em uma partida televisionada. Havia muita vontade de se jogar nos times da base dos grandes da capital, mas os nossos timinhos satisfaziam nossa necessidade de gastar calorias e frustração de não conseguirmos vestir a camisa de nosso time favorito, pois a oferta de futuros craques era tão grande, que seria muito difícil alcançar tal glória. Somente os iluminados e fora de série conseguiam ir ao Barro Preto e fazer parte do time infantil do Cruzeiro.

         No meu tempo, sabíamos de cor e salteado os nomes de todos os jogadores do elenco do Cruzeiro. Era um time perene e que, por necessidades pontuais, modificava um dois jogadores por ano. Meu time de jogo de botão tinha as caras dos craques do Cruzeiro e duravam muito tempo, fazendo com que eu trocasse várias vezes a foto do mesmo jogador por outras mais recentes. Tostão, Raul, Dirceu Lopes, Piazza, Natal e outros duravam uma eternidade nas lentes de óculos que eu usava como botões para meu time.
          O programa de domingo era ir à missa, passear no Parque Municipal e depois ir ao Mineirão, mas não sem antes almoçar um frango, que meu pai matava na véspera e todo mundo chorava de pena (o que irritava meu pai que dizia que, se chorasse, o frango demorava a morrer...), e uma bela macarronada com suco de uva. Íamos todos da família e sempre com um pouco de receio de minha mãe, devido às brigas entre torcidas. Àquela época já aconteciam os estranhamentos entre rivais. Meu pai sempre dizia que a polícia existia para prender bandidos e proteger a sociedade, que as pessoas de bem não podiam ficar em casa por causa de baderneiros. Sábias palavras que deveriam valer até hoje...
          Após os jogos, que nunca eram transmitidos ao vivo para Belo Horizonte, voltávamos correndo para casa e ainda chegávamos a tempo de assistirmos o videotape na finada TV Itacolomi, o que fazia com que as discussões continuassem até às 10:00 da noite que era a hora de dormir. O interessante é que os públicos daquela época, eram muito, mas muito mesmo superiores aos dos dos dias de hoje. Cruzeiro x Atlético cujo público fosse menos de noventa mil presentes era considerado um fracasso de público e renda. E após os clássicos, a Polícia Militar providenciava a segunda parte do famos e extinto "Plano A", que consistia que a avenida Antonio Carlos, antes do jogo, tivesse suas três pistas liberadas no sentido centro-Mineirão e, após o término da partida, invertesse as mãos com três pistas liberadas no sentido Mineirão-centro. Era uma beleza. Chegávamos cedo em casa. Como a Catalão ainda era precária, voltavam as duas torcidas pela mesma avenida!
         As torcidas eram animadas por "Charangas". Charanga era o nome dado às bandinhas que animavam os gritos das torcidas. A do Atlético era a Charanga do Júlio. Júlio era um dono de supermercado, chamado Júlio o mais amigo, que possuía uma bandinha que animava os fregueses na porta de seu estabelecimento, que, se não me engano, ficava na Rua Guarani. Nos dias de jogos do Atlético sua bandinha se tornava a Charanga do Júlio. Tinha instrumentos de percussão e de sopro. Tocava durante todo o jogo.
          Já a do Cruzeiro era comandada por Aldair Pinto. Não possuía metais, somente a bateria. Como era animada. Havia um toque que fazia a torcida do Cruzeiro assobiar. Era muito legal, pois cinquenta mil pessoas assobiavam ao mesmo tempo. Aldair Pinto de chefe de charanga, já era apresentador de programas de auditório e radialista, virou político se elegendo vereador.

          Em uma determinada época, a torcida do Cruzeiro colocava pó de talco nas bandeiras e quando o Time entrava em campo nós levantávamos as bandeiras e fazíamos um efeito visual maravilhoso. Junto ao pó de talco colocávamos papel picado também. 
          Conhecer os jogadores e radialistas era um sonho acalentado por todos os meninos. Lembro-me que era criança e, para ir ao dentista, minha mãe me prometia levar à Galeria do Ouvidor na loja de discos do Raul. Eu era pequeno e o Raul um gigante. Eu, olhando para baixo, levantava o braço com um papel e caneta para receber um autógrafo. Eu não tinha coragem de encarar meu ídolo. Hoje em dia encontro demais com o Raul e a idolatria continua, agora tornada amizade.
           Bons tempos que não diminuem em nada os novos tempos. Como é bom ir ao Mineirão!

quarta-feira, 2 de abril de 2014

CBV engorda receitas com verba pública.

Matéria interessante do O Lance mostra que enquanto os Clubes fecham as portas por causa de falta de patrocinadores, os recursos recebidos de órgãos federais são pouco entregues às federações estaduais e menos ainda aos Clubes.

Espero que as auditorias efetuadas na CBV mostrem a realidade perversa, onde as seleções nacionais desfrutam das benesses dos repasses e os Clubes formadores e fornecedores de atletas sucumbem perante os humores do mercado.

Vale a pena a leitura.

 http://www.lancenet.com.br/volei/CBV-receitas-publica-repasse-proporcional_0_1112288779.html

 
Ari Graça

CBV engorda receitas com verba pública, mas repasse não é proporcional

Análise feita pelo L!Net mostra que a confederação não reverte os valores de maneira proporcional às federações estaduais.

LANCEPRESS! - 01/04/2014 - 09:31 Rio de Janeiro (RJ)
Salto nas receitas com verba pública e de patrocínio do Banco do Brasil, aumento em despesas pouco explicadas e queda no repasse às federações estaduais. Estas são algumas conclusões que podem ser tiradas após a análise feita pelo LANCE!Net dos balanços patrimoniais da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) entre 2011 e 2013.
A entidade divulgou o balanço referente ao ano passado há duas semanas, em meio às denúncias da ESPN Brasil do pagamento de comissão às empresas S4G (de Fábio Azevedo) e SMP (de Marcos Pina) pela renovação do patrocínio com o Banco do Brasil em 2012 que poderiam chegar à casa dos R$ 20 milhões. Os números mostram que a CBV engordou seu caixa com verba pública, mas gasta boa parte do dinheiro em sua estrutura interna e repassa apenas uma pequena parte às federações regionais.
Em 2012 aconteceu o primeiro salto nas receitas, com a renovação do patrocínio com o Banco do Brasil, um banco estatal. Segundo os balanços da CBV, o banco deu à confederação R$ 3.582.579,00 em 2011 e aumentou para R$ 24.000.000,00 no ano seguinte. No ano passado, R$ 25.751.856,00 foram repassados à entidade.
No ano passado, foi a vez de órgãos governamentais depositarem cheques polpudos nas contas da CBV. Por meio da Lei Agnelo-Piva e de convênios com as esferas federal, estadual e municipal, a confederação recebeu R$ 31.851.484,00 em 2013, quase o dobro do que em 2012 (R$ 16.651.538,00).
O crescimento nas receitas da confederação presidida atualmente por Walter Laranjeiras, o Toroca, não se refletiu no repasse às federações estaduais. Pelo contrário.
O repasse aumentou cerca de R$ 200 mil entre 2012 e 2013 (veja no gráfico ao lado), mas ainda assim a fatia do ano passado às federações diminuiu em relação a 2011.
Há três anos, quando a CBV teve uma receita de R$ 76.574.700,00, as 27 federações estaduais receberam R$ 4.041.135,00. Em 2013, a receita aumentou para R$ 128.779.727,00, mas a distribuição para as federações caiu para R$ 3.485.582,00 (média de R$ 129.095,00 para cada uma das 27 entidades estaduais).
Em 2013, a CBV gastou mais com a área de marketing do que com as federações.
TRANSPARÊNCIA
O LANCE!Net analisou os balanços da CBV com o auxílio de especialistas em contabilidade. E uma das características apontadas é que a peça patrimonial de 2013 é menos transparente que a de 2012. Veja abaixo alguns gastos da confederação.
Pessal de apoio
A entidade aumentou a despesa de R$ 18.984.128,00 (2012) para R$ 29.857.059,00 (2013) e não detalhou esta diferença nas notas explicativas.
Marketing e produçãoOutro gasto que subiu: de R$ 6.199.754,00 paraR$ 7.199.240,00, sem detalhamento. No balanço de 2012, o texto continha uma nota explicativa, dizendo que o valor foi substancialmente para a contratação de serviços que incluiam assessoria na negociação de patrocínio.
Mais gastosOutros custos significativos de 2013 que subiram e não tiveram notas explicativas foram com montagem de quadra, comunicação, equipamentos esportivos, entre outros.

CBV  aguarda término de auditoria

Procurada pelo LANCE!Net, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) informou por meio de sua assessoria de imprensa que irá aguardar a auditoria que está sendo feita para fazer qualquer comentário sobre o balanço patrimonial.

“O balanço é uma peça contábil, que reflete decisões gerenciais e financeiras. A CBV só comentará sobre esses temas após a auditoria que está sendo realizada pela Pricewaterhouse Coopers. Os primeiros resultados serão divulgados em cinco semanas”, respondeu a CBV à reportagem, no dia 27 de março.

O L! enviou à assessoria da CBV uma série de questões e pedido de esclarecimentos, como o aumento nos gastos em várias áreas. A confederação não explicou tais pontos.

“Os dois balanços foram submetidos ao Conselho Fiscal da CBV e, posteriormente, aprovados em Assembleia Geral Ordinária. A CBV informa que ambos os balanços não possuem incorreções contábeis, e isso inclui os questionamentos feitos pelo LANCE!”, informou a confederação, por meio de nota.
Balanço de 2012 menciona  S4G  e assessoria

A S4G, empresa de Fábio Azevedo envolvida nos supostos pagamentos irregulares de comissão pela renovação de patrocínio do Banco do Brasil com a CBV, é mencionada no balanço patrimonial da entidade do ano de 2012.

O texto explica que a S4G foi contratada em dezembro de 2010 para prestar serviços de planejamento, produção e comercialização de eventos. O balanço também traz a informação que em setembro de 2012 a S4G passou a fazer parte da CBV, já que a confederação contratou para o cargo de superintendente executivo um dos sócios da empresa, que era  Azevedo.

O balanço de 2012 também explicita que a CBV gastou parte de sua verba com "assessoria na negociação dos contratos de patrocínio", exatamente o pivô da polêmica das denúncias realizadas pela ESPN Brasil. Este custo estava dentro do item marketing e produção, que foi de R$ 6.199.754,00 naquele ano.